"Não traga piedade depois que o sol se for, nem venha com piedade porque piedade não é amor." Luiza Possi

domingo, 30 de setembro de 2012

"Sobre como foi"

Nem sempre as coisas são como planejamos ou queremos.

Hoje isso foi um exemplo vivo disso... as vezes fazemos planos e criamos expectativas, só que por mais que busquemos, nem sempre se realizam.

Sempre que estou viajando fico tentando planejar programas interessantes para aproveitar ao máximo o passeio e tudo de bom que ele possa me oferecer. Durante anos fiquei fazendo a vontade dos outros e tudo que planejava sempre ficou para depois.

Fui criada e educada a maior parte de minha vida pelos meus avós, e aprendi ser submissa ao que me impunham. Sempre achei que se eu tivesse vontade própria ou se não aceitasse alguma imposição de alguém, eu seria excluída e não apoiada por eles.

Cresci aprendendo a servir.

Eu sempre aceitei para ser aceitada. Com o passar dos anos perdi minha identidade e passei a ser o que as pessoas ditavam e queriam que eu fosse. Assumi a vida dos outros.

O simples fato de contrariar era para mim um sofrimento.

Vieram os filhos e o comportamento escravo se acentuou.

Virei uma escrava de luxo.

Vivia numa redoma de vidro, onde durante anos me deixaram trancada axficiando.

Minha vida começou a mudar quando depois de "VELHA" resolvi dar um basta em tudo aquilo e sair do comodismo para SER ALGUÉM.

Queria mostrar para as pessoas que eu era capaz, que eu podia mais.... resolvi estudar.

Voltar estudar abriu meus olhos para um mundo que existia só em filmes. E que naquele momento eu podia alcançar e estava diante de mim, e podia tocá-lo.

Eu tinha orgulho de limpar fezes de pessoas doentes, porque era parte do meu crescimento profissional e me sentia útil, sem ser escrava. Receber grana para limpar vômito era a melhor coisa do mundo... porque era o dinheiro do meu trabalho.
Minha profissão mal remunerada me trouxe a vontade de vencer e de voltar a viver dignamente, de fazer diferença e de ser mais.

Depois de muita luta, brigas, dívidas, lágrimas, ameaças e agressões eu consegui meu reconhecimento profissional e pessoal. Hoje sou muito mais mulher, mãe, profissional e realizada.

Amo tudo o que faço.

Hoje eu tinha um plano, mas ele não se concretizou. E tiro um aprendizado disto: que nem tudo que almejo vai se realizar. Por mais que eu me esforçe, nem tudo depende de mim.

Dizer que não liguei... estaria mentindo. Me importei, e muito. Não ir ver a Sinfônica me causou um certo abalo. Espero poder ter outra oportunidade tão boa quanto.
texto de 18 de julho de 2009.
 
 

Este artigo pertence ao blog Meu lado insano e devasso. Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do código penal.
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